Estresse: O que todo homem precisa saber para proteger sua saúde

Homem adulto sentado, com expressão de preocupação, representando os impactos do estresse na saúde masculina.

Você já se perguntou como o estresse pode afetar sua saúde e bem-estar? Embora pareça um assunto complicado, entender o básico sobre o estresse é fundamental para tomar decisões melhores no dia a dia. Neste artigo, vamos desmistificar o que a ciência diz sobre o estresse, mostrando como ele impacta a nossa vida e, principalmente, como você pode lidar com ele de forma prática.


O que é estresse e por que ele importa para você?

O estresse é a resposta do seu corpo a qualquer situação que exija adaptação. Imagine que seu chefe pede um relatório urgente ou que você enfrenta um trânsito caótico: seu corpo entra em “modo de alerta”, liberando hormônios como o cortisol para te preparar para agir. Isso é natural e, em pequenas doses, até saudável. O problema começa quando esse estado de alerta vira rotina.

No Brasil, uma parcela significativa da população apresenta sintomas de estresse (SERAFIM et al., 2021), e os homens, muitas vezes, sentem-se pressionados a “aguentar firme”, ignorando sinais de alerta. O estresse crônico pode causar desde insônia e irritabilidade até problemas mais sérios, como pressão alta, diabetes e depressão.


Tipos de estresse: agudo x crônico

O estresse agudo é aquele “frio na barriga” antes de uma apresentação ou decisão importante. Ele passa rápido e pode até melhorar seu desempenho. Já o estresse crônico é como um alarme que nunca desliga: pode durar semanas ou meses, desgastando seu corpo e mente.

No ambiente de trabalho, uma grande porcentagem dos brasileiros relata estresse, superando a média global. Isso mostra como a pressão constante pode virar um problema de saúde real.


O que acontece no seu corpo: o papel do eixo HPA e do cortisol

Quando você se estressa, seu cérebro ativa o chamado eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal). Pense nele como um sistema de alarme interno: ele libera hormônios que preparam seu corpo para reagir. O principal deles é o cortisol, conhecido como “hormônio do estresse” (HERMAN et al., 2016).

Em situações pontuais, o cortisol é seu aliado. Mas, se ele fica alto por muito tempo, pode causar acúmulo de gordura abdominal, aumentar o risco de diabetes e até prejudicar seu humor.


Como o estresse muda seu comportamento

O estresse não afeta só o corpo, mas também o comportamento. Muitos homens acabam procrastinando tarefas importantes ou buscando alívio em vícios, como álcool, cigarro ou até o uso excessivo de redes sociais. Isso cria um ciclo vicioso: quanto mais você tenta fugir do estresse, mais ele cresce (SIROIS, 2023).

Além disso, a cultura de “homem não chora” dificulta que muitos busquem ajuda, agravando o problema. Estudos mostram que homens tendem a subnotificar sintomas de estresse, o que pode atrasar o tratamento e aumentar os riscos.


Dados do estresse no Brasil

Veja alguns números que mostram a dimensão do problema:

IndicadorValor
Brasileiros com sintomas de estresse42% (SERAFIM et al., 2021)
Estresse no trabalho72%
Pessoas afetadas por ansiedade18 milhões (9% da população)
Afastamentos do trabalho por transtornos mentais (2024)470 mil casos
Brasileiros que dormem menos de 6h por noite71% (pelo menos uma noite nas últimas 2 semanas)

Fonte: Instituto Cactus (2024), Serafim et al. (2021)


Como saber se é hora de buscar ajuda?

Se o estresse começa a atrapalhar seu sono, apetite, humor ou desempenho no trabalho, é hora de ligar o sinal de alerta. Sintomas como insônia persistente, irritabilidade extrema, mudanças no apetite ou pensamentos negativos recorrentes indicam que você deve procurar um profissional.


O que realmente funciona para controlar o estresse?

A ciência já comprovou que algumas estratégias são eficazes:

  • Mindfulness e meditação: Práticas como o Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) ajudam a reduzir o estresse, melhorar o humor e aumentar a resiliência. Você pode começar com aplicativos ou vídeos gratuitos.
  • Terapias comportamentais: Terapias comportamentais ajudam a mudar padrões de pensamento e comportamento que alimentam o estresse.
  • Atividade física: Exercícios regulares liberam endorfinas, que são “analgésicos naturais” do corpo.
  • Sono de qualidade: Dormir bem é fundamental para regular o estresse. Evite telas antes de dormir e tente manter horários regulares.
  • Redes de apoio: Conversar com amigos, familiares ou participar de grupos de apoio faz diferença. O apoio social é um dos maiores protetores contra o estresse.
Busque a ajuda de um profissional

O estresse faz parte da vida, mas não precisa dominar o seu dia a dia. Entender como ele funciona e adotar estratégias baseadas em evidências pode transformar sua saúde e bem-estar. Lembre-se: buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de inteligência e autocuidado.

Que tal começar hoje? Escolha uma das estratégias apresentadas e experimente por uma semana. Observe as mudanças e, se precisar, não hesite em procurar um profissional. Sua saúde mental merece atenção tanto quanto a física.


Referências:

  • HERMAN, J. P.; MCKILVEEN, J. M.; GHOSAL, S.; KOPP, B.; WULSIN, A.; MAKINSON, R.; SCHEIMANN, J.; MYERS, B. Regulation of the hypothalamic-pituitary-adrenocortical stress response. Comprehensive Physiology, v. 6, n. 2, p. 603-621, 2016.
  • INSTITUTO CACTUS. Panorama da Saúde Mental no Brasil – Segunda Coleta. 2024. Disponível em: https://institutocactus.org.br/panorama-da-saude-mental-no-brasil-segunda-coleta/. Acesso em: 6 jun. 2025.
  • SERAFIM, A. P. et al. Estresse percebido na população brasileira: uma revisão de literatura. 2021. Disponível em: https://rdu.unicesumar.edu.br/bitstream/123456789/10625/1/682984.pdf. Acesso em: 4 jun. 2025.
  • SIROIS, F. M. Procrastination and Stress: A Conceptual Review of Why Context Matters. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 20, n. 6, p. 5031, 2023.

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